Outro avanço importante foi a reestruturação do programa Farmácia Popular. A oferta de medicamentos foi ampliada e passou a incluir novos itens gratuitos, como anticoncepcionais, fraldas geriátricas, absorventes e remédios para doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Combinado a isso, o Ministério da Saúde anunciou investimentos robustos na produção nacional de medicamentos estratégicos, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo a autonomia sanitária do país.
No que se refere ao atendimento hospitalar, o SUS registrou em 2024 um número recorde de mais de 14 milhões de cirurgias eletivas, representando um crescimento de 37% em relação a 2022. A expansão da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também foi expressiva, com mais de duas mil ambulâncias entregues em menos de dois anos. Essas ações refletem o esforço do governo em recompor a capacidade assistencial e melhorar a resposta a situações de urgência e emergência.
O programa Brasil Saudável, lançado em 2024, estabeleceu metas ambiciosas para eliminar até 2030 diversas doenças transmissíveis como tuberculose, HIV/Aids, hepatites virais e hanseníase. Além disso, o SUS passou a oferecer a vacina contra a dengue em áreas prioritárias, com foco em crianças e adolescentes, contribuindo para a prevenção em regiões com alta incidência da doença.
Apesar dos avanços, o financiamento do SUS continua sendo um dos maiores desafios. O governo atual precisou recorrer à chamada "PEC da Transição" para garantir recursos mínimos para a saúde pública em 2023. Há ainda um esforço para elevar o gasto com saúde a um patamar próximo de 6% do PIB, o que aproximaria o Brasil dos padrões internacionais. Contudo, o novo arcabouço fiscal impõe limites que dificultam aumentos expressivos no curto prazo.
Em síntese, o SUS sob o governo Lula vive um momento de reconstrução e expansão, com reforço de políticas públicas, aumento da cobertura de serviços e ampliação de investimentos. No entanto, para que essas melhorias se consolidem e se tornem sustentáveis, será necessário enfrentar os desafios estruturais do financiamento, reduzir desigualdades regionais e garantir a efetividade das políticas implementadas. A saúde segue como uma das áreas centrais para o projeto político do atual governo, sendo observada de perto tanto pela população quanto pelos órgãos de controle.
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